Transporte de materiais na obra: confira recomendações profissionais para evitar problemas

Para que uma obra seja realizada, é necessário que haja o transporte dos materiais até o seu destino final. Porém, como proceder em casos de elementos pesados, extensos ou frágeis?

Encarar o transporte de materiais pode se tornar um desafio cansativo e perigoso em seus projetos. Por isso,  reunimos as principais precauções nesse sentido. Confira!

Qual é a melhor forma de transporte?

Antes de decidir a maneira de transportar um material de grandes proporções, é primordial analisar diversos aspectos para então escolher a melhor opção. Entre os caminhos possíveis estão o içamento (uma elevação vertical geralmente feita por meio de cabos de aço ou cordas) ou, se possível, a desmontagem / divisão do produto em várias partes para que seja carregado através das escadas ou elevadores. Entre os fatores que precisam ser avaliados estão:

– Medição dos tamanhos dos vãos de passagem: é necessário aferir os espaços como vãos de portas, portões, janelas e elevadores para avaliar a viabilidade e segurança do transporte do material (seja inteiro ou em partes) por meio de funcionários qualificados e com o equipamento adequado. No caso do elevador, ainda é necessário levar em consideração o limite de peso de carga da unidade. Bruno também reforça que prédios mais antigos representam um grau superior de dificuldade para a realização desse trabalho, já que as escadas de serviços e elevadores costumam ser mais estreitos.

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– Risco de quebrar ou danificar os objetos: Às vezes, um tampo de pedra ou um espelho até possui as medidas e peso adequados para subir na escada do prédio, mas será que vale a pena? Afinal, em alguma curva da escada pode existir o risco de batidas e perda total do material. Portanto, elementos frágeis deverão ser avaliados individualmente.

– Excesso de peso: No caso de um enorme tampo de pedra, o seu transporte dependerá de várias pessoas para conseguir alçar pela escada. Dessa forma, é apropriado utilizar equipamentos de proteção específicos – tanto para os colaboradores, como para a peça que será levada. Tendo em vista essa análise, o responsável pela obra pode deliberar sobre o esforço de carregar ou partir para o içamento.

Neste projeto, o ofurô, de tamanho grande, precisou ser desmontado para que fosse possível passá-lo pelo elevador e pelas portas do apartamento | Projeto de Bruno Moraes Arquitetura e Foto de Luis Gomes

Alternativas interessantes

Para quem prefere evitar o içamento, em razão do custo mais alto, há algumas alternativas interessantes para facilitar o trabalho de transporte. Para quem ainda se encontra na etapa de escolher os móveis de casa, Bruno indica a aquisição de sofás modulares ou peças desmontáveis, que são mais simples de carregar pelo elevador ou escada. Com relação às bancadas de pedras, em algumas condições também é possível dividir o tampo da cozinha, eliminando a demanda do manuseio pelo lado externo. Porém, essa decisão dependerá muito de uma questão técnica de projeto, pois a peça única, sem emenda, por vezes propicia uma estética muito mais interessante no décor.

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O arquiteto relata um exemplo ocorrido com ele: “Em um de nossos projetos, verificamos alguns impasses para o transporte de um ofurô. Para que o cliente não tivesse custos adicionais, combinamos com o fornecedor de subi-lo desmontado. Assim, a montagem foi realizada in loco, facilitando o processo”, conta Bruno.

Nesta sala, tanto o sofá extenso, quanto as duas estantes de vergalhão, passaram pelo processo de içamento, uma vez que as dimensões não permitiam a passagem pelas escadas do prédio | Projeto de Bruno Moraes Arquitetura e Foto de Luis Gomes

Tendência

“Atualmente podemos contar com os porcelanatos de grandes formados, com mais de 2 metros de altura. Por enquanto ainda é novidade, mas será uma tendência e vamos observar cada vez mais sua presença nas obras. Esses formatos grandes geralmente são içados e precisam ser instalados com vários cuidados”, adianta o arquiteto.

Nesta cozinha, a bancada de pedra extensa também precisou de içamento |
Projeto de Bruno Moraes Arquitetura e Foto de Luis Gomes

Içamento

Como citado acima, o içamento consiste na elevação vertical de materiais ou objetos, que geralmente é feita por cabos de aço ou cordas. O equipamento que puxa os cabos, onde o produto será içado, é montado no próprio apartamento. Enquanto isso, no térreo do prédio estão posicionados os profissionais capacitados para acompanhar e guiar o transporte com outro cabo, evitando que o produto não resvale em janelas de vizinhos ou na fachada da edificação.

Entre os principais tipos de materiais içados estão móveis e objetos grandes e pesados, como sofás e mesas de jantar, além de tampos de pedras de cozinhas, ilhas e varandas gourmet. Outros exemplos são os painéis de madeira. “Por uma preocupação estética, já içamos painéis de madeira laqueada, evitando correr o risco de danificá-lo no transporte pela escada. Outro caso se aplica aos grandes painéis de madeira. O ideal é otimizar a contratação do içamento em um único dia”, revela o profissional.

Neste apartamento, localizado em um prédio mais antigo, boa parte dos móveis precisou ser içada. Entre os exemplos, está a mesa de jantar para oito lugares | Projeto de Bruno Moraes Arquitetura e Foto de Luis Gomes

Responsabilidade

É importante ressaltar que não é de responsabilidade do escritório de arquitetura a realização do içamento, pois há empresas específicas no mercado que realizam esse trabalho. “Porém, para facilitar a vida dos clientes, costumamos realizar orçamentos para então repassarmos a eles”, comenta Moraes.

Após a escolha da empresa executora, fica sob sua responsabilidade a emissão de uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) que compreende o serviço e o equipamento empregado durante o processo. Afinal, trata-se uma atividade que envolve muitos riscos – entre eles, a vida dos trabalhadores e de pessoas que frequentam o condomínio, bem como a integridade do material.

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No tocante aos condomínios, outro detalhe fundamental é aprovar previamente o içamento com a administração e o síndico. Geralmente, nessas situações, o condomínio analisa toda a documentação da empresa contratada, além de elaborar um comunicado ou isolar a área para não correr nenhum risco de acidentes aos profissionais e moradores. Bruno ressalta que, quando o condomínio não isola a área, os coordenadores de obras de sua equipe tomam à frente desse papel, analisam todos os potenciais perigos e indicam qual o melhor ponto para realizar o içamento.

Nesta cozinha, a pedra que reveste o tampo da ilha também precisou de içamento, pois não passava pela escada do prédio, em razão de sua extensão | Projeto de Bruno Moraes Arquitetura e Fotos de Luis Gomes

Erros cometidos

Bruno enfatiza a importância de contratar uma empresa qualificada e com credibilidade no mercado para a realização do içamento. “Já vi acidentes feios, do objeto despencar do alto, em razão do serviço não ser executado por uma empresa especializada. Um acontecimento como esse, além de perder o produto, também pode gerar acidentes gravíssimos. Por isso, é tão importante exigir um documento de responsabilidade técnica, além do seguro pelo transporte, caso haja algum imprevisto”, relata.

Içamento em casas

“Em residências, o processo de içamento costuma ser muito mais tranquilo, já que a altura não é tão elevada e o contexto não envolve riscos aos condôminos. É comum a própria equipe de obras realizar o içamento com cordas, mas precisamos analisar se esses profissionais são treinados e sabem o que estão executando, para não ter nenhum acidente de trabalho”, finaliza o arquiteto Bruno.

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